ENXAQUECA

O que é?

A Classificação Internacional de Cefaleia (ICHD 3) é um sistema utilizado para classificar as diferentes formas de cefaleia, incluindo a enxaqueca. De acordo com a ICHD 3, a enxaqueca é uma forma específica de dor de cabeça que apresenta características distintas.

A enxaqueca é definida como uma cefaleia primária recorrente, caracterizada por episódios de dor de cabeça moderada a grave, que geralmente é pulsátil e unilateral. Além da dor de cabeça, a enxaqueca também pode ser acompanhada por sintomas como náuseas, vômitos, sensibilidade à luz (fotofobia) e ao som (fonofobia).

A ICHD 3 classifica a enxaqueca em dois principais subtipos:

É o tipo mais comum de enxaqueca. Neste caso, a dor de cabeça ocorre sem a presença de sintomas neurológicos específicos, como alterações visuais ou sensoriais antes do início da dor.

Neste tipo de enxaqueca, a dor de cabeça é precedida por sintomas neurológicos transitórios, conhecidos como aura. A aura pode incluir sintomas visuais, como visão embaçada, pontos cegos ou linhas em zigue-zague, além de sintomas sensoriais, como formigamento ou dormência em determinadas partes do corpo.

Como se faz o diagnóstico da enxaqueca?

O diagnóstico de enxaqueca é baseado principalmente na avaliação dos sintomas e na exclusão de outras possíveis causas de dor de cabeça. Geralmente, o processo de diagnóstico inclui as seguintes etapas:

 irei fazer perguntas detalhadas sobre os sintomas, incluindo a frequência, duração e intensidade das dores de cabeça, bem como quaisquer sintomas associados, como náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som. Também será investigado o histórico familiar de enxaqueca, uma vez que a condição tem uma tendência genética.

para descartar outras causas de dor de cabeça e verificar se há sinais de condições subjacentes.

mantenha um diário da dor de cabeça, registrando a frequência, duração e intensidade das dores de cabeça, bem como quaisquer fatores desencadeantes ou alívios que você possa identificar.

critérios de diagnóstico da Classificação Internacional de Cefaleia (ICHD) para determinar se os seus sintomas se enquadram na categoria de enxaqueca. Os critérios incluem a natureza e características da dor de cabeça, a presença ou ausência de sintomas associados e a frequência e duração dos episódios.

como exames de imagem cerebral (como a ressonância magnética) ou exames de sangue, para descartar outras condições que possam estar causando os sintomas.

Tratamentos possíveis para enxaqueca

O tratamento da enxaqueca visa aliviar os sintomas durante as crises agudas e prevenir a ocorrência de novos episódios. O plano de tratamento pode variar de acordo com a gravidade e frequência das crises, bem como as necessidades individuais de cada paciente. Aqui estão algumas opções comuns de tratamento:

Analgésicos, triptanos ou ergotaminas. Esses medicamentos ajudam a aliviar a dor e podem ser mais eficazes se tomados no início da crise.

Se as crises de enxaqueca forem frequentes ou graves há necessidade de realizar profilaxia com medicamentos para prevenir a ocorrência de novos episódios. Alguns exemplos incluem betabloqueadores, antidepressivos, anticonvulsivantes e bloqueadores dos canais de cálcio, toxina botulínica, anti CGRP. Esses medicamentos são tomados diariamente para reduzir a frequência e a intensidade das crises.

Além dos medicamentos, algumas terapias complementares podem ser úteis no tratamento da enxaqueca. Exemplos bloqueio de ponto de gatinho e banda miofacial, terapia cognitivo-comportamental e técnicas de relaxamento, como meditação e ioga. Essas terapias podem ajudar a reduzir o estresse, melhorar a qualidade do sono e diminuir a frequência das crises.

Algumas pessoas com enxaqueca têm gatilhos específicos que desencadeiam as crises. Identificar e evitar esses gatilhos pode ser uma estratégia eficaz no controle da enxaqueca. Os gatilhos comuns incluem alimentos (como queijos envelhecidos, chocolate e vinho tinto), alterações hormonais, estresse, falta de sono e mudanças bruscas no ambiente.

Manter um estilo de vida saudável pode ajudar a reduzir a frequência e a intensidade das crises de enxaqueca. Isso inclui ter uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente, dormir adequadamente, evitar o consumo excessivo de álcool e cafeína, e gerenciar o estresse.

Benefícios do tratamento da enxaqueca

A qualidade de vida de uma pessoa com enxaqueca tratada corretamente pode melhorar significativamente. Aqui estão alguns aspectos que podem ser impactados positivamente pelo tratamento adequado:

O tratamento eficaz para enxaqueca pode ajudar a reduzir a frequência e a intensidade das crises. Isso significa menos dias perdidos devido à dor intensa e incapacitante, permitindo que a pessoa possa realizar suas atividades diárias de forma mais consistente.

Com menos crises de enxaqueca, a pessoa pode se concentrar melhor em suas tarefas e ser mais produtiva no trabalho, nos estudos e em outras áreas da vida. Isso pode levar a um aumento da satisfação no trabalho e a uma sensação de realização pessoal.

A enxaqueca pode afetar negativamente as relações interpessoais, pois as crises podem limitar a participação em atividades sociais e familiares. Com um tratamento eficaz, a pessoa terá mais disponibilidade e energia para se envolver em eventos sociais, fortalecendo os laços com amigos e familiares.

A enxaqueca pode interferir no sono, tornando-o mais difícil e menos reparador. Com o tratamento adequado, a pessoa pode experimentar uma melhora na qualidade do sono, contribuindo para o bem-estar geral e ajuda a evitar desencadeadores de crises.

A enxaqueca pode ter um impacto significativo no bem-estar emocional, causando estresse, ansiedade e depressão. Com um tratamento eficaz, a pessoa pode experimentar uma redução desses sintomas, melhorando a saúde mental e o equilíbrio emocional.

Dra. Larissa Delgado

Neurologista

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