Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)

O que é TDAH?

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por sintomas persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade que interferem no funcionamento diário da pessoa. Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra e podem se manifestar de forma diferente em crianças e adultos. Aqui estão os principais sintomas do TDAH:

  • Dificuldade em prestar atenção a detalhes e cometer erros por descuido.
  • Dificuldade em manter o foco em tarefas ou atividades.
  • Parece não ouvir quando lhe falam diretamente.
  • Dificuldade em seguir instruções e completar tarefas.
  • Dificuldade em organizar e planejar atividades.
  • Evita ou reluta em se envolver em tarefas que exigem esforço mental constante.
  • Perde objetos necessários para atividades ou tarefas.
  • Agitação excessiva, como mexer as mãos ou os pés, ou se remexer na cadeira.
  • Dificuldade em ficar sentado por longos períodos.
  • Corre ou sobe em situações inadequadas.
  • Fala excessivamente.
  • Dificuldade em brincar ou se envolver em atividades silenciosas.
  • Parece estar sempre "ligado" ou em constante movimento.
  • Dificuldade em esperar a sua vez.
  • Interrompe ou se intromete em conversas ou atividades dos outros.
  • Dificuldade em controlar impulsos e emoções.
  • Fala impulsivamente, sem pensar nas consequências.

É importante observar que nem todas as pessoas com TDAH apresentam todos esses sintomas e a gravidade dos sintomas pode variar. Além disso, os sintomas podem se manifestar de forma diferente em crianças e adultos.

Quais as causas do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)?

As causas exatas do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ainda não são totalmente compreendidas. No entanto, pesquisas sugerem que o TDAH é causado por uma combinação de fatores genéticos, neuroquímicos e ambientais. Aqui estão algumas das principais causas que são discutidas na literatura científica:

Estudos demonstraram que o TDAH tem uma forte componente genética. Pessoas com parentes de primeiro grau, como pais ou irmãos, com TDAH têm maior probabilidade de desenvolver o transtorno.

O TDAH tem sido associado a alterações nos níveis de neurotransmissores, como dopamina e noradrenalina, que desempenham um papel importante na regulação da atenção, impulsividade e hiperatividade.

Exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez, como álcool, tabaco e certos medicamentos, pode aumentar o risco de desenvolver TDAH. Além disso, fatores como prematuridade, baixo peso ao nascer e complicações durante o parto também foram associados ao TDAH.

Embora não sejam considerados como causa direta do TDAH, fatores psicossociais, como estresse familiar, instabilidade no ambiente doméstico, negligência, abuso ou exposição a violência, podem influenciar a gravidade e a expressão dos sintomas do TDAH.

Como é feito o diagnóstico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)?

Os critérios diagnósticos para o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) de acordo com a classificação CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) são os seguintes:

que são persistentes e se manifestam em diferentes ambientes (por exemplo, em casa, na escola, no trabalho) por pelo menos 6 meses.

em pelo menos duas áreas da vida da pessoa, como acadêmica, social, ocupacional ou pessoal.

Quais os tratamentos possíveis para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)?

O tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) geralmente envolve uma abordagem multimodal, que inclui intervenções comportamentais, psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos. O objetivo do tratamento é reduzir os sintomas do TDAH, melhorar o funcionamento diário e promover uma melhor qualidade de vida. 

 

Aqui estão algumas opções de tratamento comumente utilizadas para o TDAH:

  • Terapia comportamental: Ajuda a pessoa a desenvolver habilidades de organização, gerenciamento de tempo, resolução de problemas e controle de impulsos.
  • Treinamento de pais: Ensina os pais a utilizar estratégias eficazes de disciplina, comunicação e organização para ajudar a criança ou adolescente com TDAH.
  • Treinamento em habilidades sociais: Ajuda a pessoa a aprender e praticar habilidades sociais adequadas, como escuta ativa, empatia e resolução de conflitos.
  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Ajuda a pessoa a identificar pensamentos negativos, desenvolver estratégias de enfrentamento e melhorar a autoestima.
  • Aconselhamento psicológico: Oferece suporte emocional e ajuda a lidar com os desafios do TDAH.
  • Psicoestimulantes: Esses medicamentos, como metilfenidato e a lisdexanfetamina, ajudam a aumentar a concentração e reduzir a hiperatividade e impulsividade.
  • Não estimulantes. Alguns medicamentos, como atomoxetina, podem ser prescritos para pessoas que não respondem bem aos estimulantes ou têm contraindicações para seu uso.

É importante ressaltar que o tratamento do TDAH é individualizado.

Estratégias comportamentais para gerenciar o TDAH

Existem várias modificações comportamentais que podem ajudar pessoas com TDAH a gerenciar seus sintomas e melhorar seu funcionamento diário. Aqui estão algumas estratégias comportamentais que podem ser úteis:

Criar uma rotina diária consistente e previsível pode auxiliar a pessoa com TDAH a se organizar e cumprir suas responsabilidades. Isso inclui estabelecer horários regulares para dormir, comer, estudar e realizar outras atividades. Além disso, criar um ambiente organizado e livre de distrações também pode auxiliar no foco e na concentração.

Estabelecer metas tangíveis e alcançáveis pode auxiliar a pessoa com TDAH a manter o foco e a motivação. É importante dividir as tarefas em etapas menores e com prazos específicos, para a pessoa poder acompanhar o seu progresso.

O uso de agendas, listas de tarefas e lembretes visuais pode auxiliar a pessoa com TDAH a se organizar e lembrar de compromissos e responsabilidades. É recomendado utilizar sistemas de notas, calendários ou aplicativos de organização digital.

Reduzir as distrações no ambiente pode auxiliar a pessoa com TDAH a manter o foco. Isso pode incluir a criação de um espaço de estudo ou trabalho silencioso, o uso de fones de ouvido para bloquear ruídos externos e a limitação do acesso a dispositivos eletrônicos durante períodos de concentração.

O uso de técnicas de gerenciamento do tempo, como a técnica Pomodoro (alternar períodos de trabalho intenso com pequenas pausas), pode auxiliar a pessoa com TDAH a manter a atenção por períodos mais curtos e a aumentar a produtividade.

Criar um sistema de recompensas e incentivos pode auxiliar a pessoa com TDAH a se motivar e manter o foco em suas tarefas. Isso pode incluir recompensas tangíveis, elogios verbais ou a realização de atividades prazerosas após a conclusão de uma tarefa.

Outras modificações comportamentais beneficiais para o TDAH

A prática regular de exercícios físicos pode ajudar a reduzir os sintomas do TDAH, pois promove a liberação de endorfinas, substâncias químicas que melhoram o humor e a atenção. A atividade física também ajuda a liberar energia acumulada, melhorar a qualidade do sono e promover a saúde geral. Recomenda-se que a pessoa com TDAH encontre uma atividade física que seja do seu agrado, como caminhar, correr, nadar, praticar ioga, dançar, entre outras opções.

O uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como celulares, tablets e computadores, pode interferir na capacidade de concentração e aumentar a impulsividade em pessoas com TDAH. Reduzir o tempo de tela pode ajudar a minimizar as distrações e melhorar o foco. É recomendado estabelecer limites de tempo para o uso de dispositivos eletrônicos e dedicar tempo a outras atividades, como leitura, passatempos, interações sociais e atividades ao ar livre.

Embora não exista uma relação direta entre o consumo de açúcares e o TDAH, alguns estudos sugerem que reduzir o consumo de alimentos e bebidas açucaradas pode ajudar a diminuir os sintomas de hiperatividade e impulsividade em algumas pessoas. Além disso, uma alimentação equilibrada e saudável, com ênfase em alimentos ricos em nutrientes, pode fornecer a energia necessária para o funcionamento adequado do cérebro e do corpo.

Dra. Larissa Delgado

Neurologista

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